Haws Journal 01
- João Reiser
- 21 de out. de 2024
- 6 min de leitura
Semana começando, novos projetos no horizonte. Por aqui, damos início a um novo capítulo com o Haws Journal, uma curadoria semanal que vai te trazer os principais insights e tendências para inspirar seus próximos passos.
Toda segunda-feira, selecionaremos as novidades mais relevantes nas áreas de branding, arquitetura, cultura, mercado imobiliário e negócios, para que você comece sua semana com informações que realmente fazem a diferença.
Uma ótima semana!
BTG compra redes Accor
Nos últimos dias, o BTG Pactual (BPAC11) reforçou sua presença no setor hoteleiro, adquirindo 18 hotéis da rede Accor no Brasil por R$ 1,7 bilhão. Entre os ativos estão estabelecimentos renomados, como o Fairmont Rio, o Sofitel Ipanema e o Ibis. Com essa aquisição, o banco se consolidou como o maior proprietário de hotéis do país, somando 54 unidades e cerca de 5 mil quartos.

De acordo com Guylherme Mattos, especialista em investimentos, o cenário econômico atual, marcado pela volatilidade cambial, tem incentivado brasileiros a optarem por viagens domésticas, ampliando a demanda por infraestrutura hoteleira. “Esse movimento do BTG reflete o otimismo em relação ao setor, que já apresenta crescimento a curto prazo e tem boas perspectivas a longo prazo, oferecendo uma oportunidade interessante de diversificação para investidores”, afirmou.
Bruno Rocio, assessor de investimentos da Raro Investimentos, destacou que a transação é relevante tanto para o mercado financeiro quanto para o setor de hospitalidade no Brasil. Para ele, a aquisição revela a confiança do BTG no potencial de recuperação e crescimento do turismo no país, especialmente após os desafios enfrentados durante a pandemia.
Um refúgio de montanha no Parque Nacional dos Pirineus
O renomado escritório de arquitetura Snøhetta revelou um projeto para reconstruir o Refuge de Barroude, um refúgio de montanha nos Pireneus franceses, que foi destruído por um incêndio há dez anos. Localizado em uma área de Patrimônio Mundial da UNESCO, o refúgio será revitalizado para servir como ponto de apoio a caminhantes e para a equipe do Parque Nacional. A reconstrução deve começar em 2025.

O novo design busca uma integração sutil com a paisagem, respeitando a fauna e flora locais. Inspirado pelos conceitos de “Terrier” (calor e segurança) e “Cairn” (um marco natural), o projeto usará materiais como pedra, madeira e alumínio para criar um edifício que se mescla harmoniosamente com o ambiente, enquanto oferece conforto e proteção aos visitantes.
Funcionalmente, o refúgio será dividido em áreas públicas e privadas, com acomodações para caminhantes e espaço reservado para a equipe do parque. A construção utilizará técnicas de baixo impacto ambiental, como pré-fabricação e materiais reciclados, além de fundações leves e um telhado plantado, reforçando o compromisso com a sustentabilidade e a preservação do ambiente montanhoso.

Arquitetura na Lua
Nesta semana, Milão sediará um evento histórico que marcará o início formal da arquitetura espacial como disciplina. Arquitetos e especialistas do setor, incluindo representantes do Instituto Americano de Aeronáutica e Astronáutica (AIAA), se reunirão para definir os objetivos para os próximos 10 anos no design de habitações fora da Terra. Com o custo das viagens espaciais caindo drasticamente, essa nova era é comparada ao ponto de inflexão que a aviação experimentou no século XX, tornando mais acessíveis as possibilidades de construção no espaço.

Projetos como o Projeto Olympus, desenvolvido pela ICON em parceria com BIG, e o habitat lunar da SAGA Space Architects, destacam inovações no uso de robôs e impressão 3D para criar estruturas habitáveis na lua e em Marte. Essas tecnologias buscam reduzir o impacto ambiental e a necessidade de materiais transportados da Terra, utilizando recursos locais como a poeira lunar. A meta é construir habitats duráveis e autônomos, com foco na segurança e bem-estar dos humanos, lidando com condições extremas como radiação e falta de pressão.
Além de enfrentar desafios técnicos, os arquitetos espaciais estão desenvolvendo soluções centradas nos seres humanos, levando em consideração as necessidades psicológicas e operacionais de longo prazo dos habitantes espaciais. Essa nova abordagem é fundamental, especialmente à medida que se planeja o retorno à lua e a possibilidade de permanência prolongada, incluindo não-astronautas, em ambientes espaciais hostis.
Ayrton Senna do Brasil!
Com o lançamento do Senna Tower — o maior empreendimento residencial do mundo, localizado em Balneário Camboriú e inspirado na vida de Ayrton Senna — o legado do piloto ganha novos ares. O edifício, que simboliza a busca por superação e excelência, é apenas uma das muitas homenagens em andamento. Outro grande destaque é a série Senna, que estreará em breve na Netflix e promete contar a história do piloto, explorando sua carreira vitoriosa e seu impacto dentro e fora das pistas.
Paralelamente, uma nova exposição no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, oferece uma experiência imersiva para os fãs. O destaque é um capacete com tecnologia de condução óssea, permitindo que os visitantes ouçam a voz original de Senna ao encostar a testa no objeto. A tecnologia inovadora transporta o som pelos ossos do crânio, recriando momentos autênticos de sua vida e carreira. A exposição, que vai até 17 de novembro, também inclui um macacão original usado por Senna e diversas fotos que ilustram sua trajetória e sua conexão com o Brasil.

O objetivo da exposição é atingir não só os fãs mais antigos, mas também as novas gerações que se aproximaram da Fórmula 1 recentemente. Além das gravações, a exposição oferece um espaço imersivo, com um pódio onde os visitantes podem tirar fotos ao lado de uma imagem de Senna, celebrando a trajetória do piloto que se tornou um ícone brasileiro e global.
A iniciativa faz parte de um esforço contínuo da Senna Brands para manter vivo o legado de Ayrton Senna. Além dessa exposição, a empresa tem promovido colaborações com grandes marcas, como uma parceria com Guaraná Antarctica e o lançamento de uma série biográfica na Netflix. Esses projetos visam homenagear a vida e o impacto duradouro de Senna, tanto no esporte quanto no trabalho social realizado pelo Instituto Ayrton Senna, que já beneficiou milhões de jovens em suas três décadas de existência.
O perigo global dos prédios entediantes
Thomas Heatherwick, fundador do Heatherwick Studio, defende uma mudança radical na maneira como os arquitetos e planejadores urbanos abordam o design de edifícios. Ele acredita que a proliferação de prédios sem apelo emocional nas últimas décadas, resultado de uma arquitetura predominantemente funcional, está prejudicando o apego das pessoas às cidades. Segundo Heatherwick, edifícios sem caráter acabam sendo negligenciados e eventualmente demolidos, resultando em desperdício de recursos. Ele sugere que criar estruturas que despertem alegria e conexão nas pessoas pode garantir que sejam preservadas por séculos.

Heatherwick aponta que o design dos prédios afeta diretamente o bem-estar e a saúde mental das pessoas. Pesquisas no Reino Unido indicam que 76% dos entrevistados acreditam que os edifícios influenciam sua saúde mental, mas a arquitetura ainda é tratada mais como arte do que como um fator de saúde. A exposição à natureza, por exemplo, já é conhecida por reduzir o estresse, enquanto edifícios com design plano e monótono, segundo o cientista Colin Ellard, podem aumentar os níveis de cortisol, o hormônio do estresse. Isso reforça a importância de repensar o impacto dos ambientes urbanos.
Heatherwick também ressalta a importância de tornar a arquitetura mais acessível ao público. Ele critica a desconexão entre a indústria da construção e as pessoas que vivem nas cidades, afirmando que há poucas conversas públicas sobre o impacto dos edifícios nas comunidades. Ao contrário de outros debates, como o uso de carbono em viagens, a discussão sobre como os prédios moldam nosso cotidiano é limitada. O designer sugere que a arquitetura deve inspirar empatia e união, especialmente em tempos de distanciamento social causado pela revolução digital e pela pandemia.
Além dos benefícios emocionais e sociais, Heatherwick destaca os impactos ambientais de uma arquitetura mais humana. Edifícios que geram apego emocional tendem a ser preservados por mais tempo, evitando demolições e o desperdício de recursos. Ele defende que uma abordagem mais criativa e científica no design das construções é essencial para melhorar a saúde das pessoas e garantir que os espaços públicos sejam mais acolhedores e duradouros.
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